Os indicadores de manutenção são métricas fundamentais para uma gestão de frota assertiva e eficiente. Assim, ao analisar esses indicadores é possível fazer um plano de manutenção que torne a operação à prova de imprevistos!
A operação de transporte está suscetível a muitos fatores. Dessa forma, é importante que a gestão tenha alguma previsibilidade sobre as possibilidades da sua frota.
Isto é, para garantir uma operação eficiente é importante ter os indicadores sempre bem monitorados e ter um plano de ação para quaisquer ocorrências. Nesse sentido, a empresa funciona com mais tranquilidade e otimizada.
O que são indicadores de manutenção?
Indicadores de manutenção são métricas quantitativas que avaliam o desempenho e a eficiência de processos de manutenção, auxiliando na tomada de decisões e na melhoria contínua.
São esses indicadores os responsáveis por mensurar os resultados do setor de manutenção, funcionando como uma espécie de termômetro sobre suas ações.
Quais são os tipos de indicadores?
Embora existam muitos indicadores de manutenção que merecem a atenção do gestor, os principais são os indicadores:
- De processo e qualidade: são os responsáveis por indicar a qualidade do processo de manutenção, assim como taxa de retrabalho e a satisfação do cliente com o serviço oferecido;
- Estratégicos: são os indicadores de manutenção da organização a curto, médio e longo prazo. Esses indicadores dizem respeito à alocação de recursos, por exemplo.
- De performance e conformidade: são os indicadores que mensuram a adequação da manutenção às normas, regulamentos e procedimentos de segurança.
- De tempo e custo: são os indicadores que demonstram os custos demandados para determinada manutenção e o tempo do referido serviço.
Quais são os principais indicadores de manutenção?
A seguir, confira os principais indicadores de manutenção e como calculá-los adequadamente na sua empresa:
MTBF: Mean Time Between Failures
O MTBF é a sigla para Mean Time Between Failures, o que em português significa “tempo médio entre falhas”. O MTBF é um dos mais importantes indicadores de manutenção. Afinal, é ele que mede o quanto uma máquina ou equipamento é confiável.
Onde:
TD = Tempo Real de Disponibilidade
TM = Tempo Total de Manutenção
P = Parada
Quanto maior for o número do MTBF mais interessante é para a empresa, pois isso significa que o equipamento demorou mais a falhar.
MTTR: Mean Time To Repair
Ao contrário do MTBF, é mais interessante que o MTTR seja o menor possível. O Mean Time To Repair diz respeito ao tempo médio para reparo. Logo, está associado ao tempo que a equipe de manutenção leva para fazer um reparo.
A: Availability (disponibilidade)
Indicador fundamental para o Planejamento e Controle da Manutenção (PCM), a disponibilidade também pode ser expressa tanto pelo MTBF quanto pelo MTTR, uma vez que esse indicador refere-se à capacidade de determinado item ter condições de executar uma função sob um tempo determinado.
A disponibilidade pode ser calculada desta maneira:
R: Reliability (confiabilidade)
A Reliability, ou em português, a confiabilidade é muito parecida com o item anterior, a disponibilidade. E, assim como ele, a confiabilidade é fundamental para o PCM.
Enquanto a disponibilidade é expressa pela porcentagem em que um ativo esteve disponível em determinado período, a confiabilidade diz respeito à probabilidade desse ativo se manter disponível futuramente. Seu cálculo é feito pela seguinte fórmula:
Onde:
R = Reliability (Confiabilidade)
t = tempo que se quer medir
e = base dos algoritmos Neperianos e vale 2,71
λ = taxa de falhas
Backlog
Backlog é o indicador de manutenção que mede o tempo de mão de obra necessário para fazer serviços atuais. Isto é, as atividades pendentes acumuladas. Assim, o backlog é a relação entre a demanda de serviços e a capacidade da oficina em atendê-los.
Como trata-se de um indicador de manutenção que diz respeito ao tempo, seu cálculo deve ser realizado em unidades de medida de minutos, horas, semanas, meses e afins. Para calcular o backlog, primeiro usa-se a fórmula:
Tendo esse dado em mãos, calcula-se o backlog da seguinte forma:
Backlog = Σ HH OS planejadas + Σ HH OS pendentes + Σ HH OS programada + Σ HH OS executadas ÷ HH disponível
CMF: Custo de Manutenção sobre Faturamento
O CMF é a sigla para o Custo de Manutenção sobre Faturamento e é uma excelente forma de medir os impactos da manutenção na empresa, pois com esse indicador de manutenção é possível identificar se o setor está fazendo uma boa gestão de manutenção.
Afinal, a manutenção envolve custos com mão de obra, peças e ferramentas, e essas despesas devem estar dentro do esperado em relação ao faturamento da empresa.
CPMV: Custo de manutenção sobre valor de reposição
Assim como o CMF, o CPMV é também um indicador financeiro. O Custo de Manutenção Sobre Valor de Reposição analisa o custo empregado em cada equipamento. É esse indicador que irá explicitar se é mais interessante financeiramente arrumar o ativo ou descartar e comprar um novo.
O cálculo do CPMV é feito da seguinte maneira:
Se o resultado for um valor maior do que, em média, 6% no ano, será mais vantajoso comprar um novo do que consertar o antigo.
HH: Empregado por Tipo de Manutenção
HH é a sigla para Homem Hora e é um indicador de manutenção de suma importância para calcular os custos na gestão de manutenção. Seu cálculo é simples: Basta fazer um levantamento de quantas horas de trabalho ou Homem Hora, foram investidos em cada tipo de manutenção.
É recomendado alocar a maior parte, cerca de 80%, do tempo de trabalho em manutenções planejadas, como as preventivas. Se a maior parte do tempo estiver sendo gasto em manutenções corretivas, isso indica a necessidade de revisar o plano de manutenção.
Wrench Time: Fator de Produtividade da Mão de Obra
Esse indicador de manutenção diz respeito ao tempo gasto pelo colaborador em suas atividades. Isto é, qual o tempo em que o trabalhador está produtivo, excluindo-se o tempo de deslocamento, pausa, intervalo, alimentação e afins.
MPd: Cumprimento do Plano de Manutenção Preditiva
Assim como o próprio nome já sugere, esse indicador de manutenção diz respeito ao cumprimento dos planos de manutenção preditiva. Isto é, para saber em números se as manutenções preditivas estão sendo cumpridas e sua eficácia na operação.
O cálculo pode ser feito baseando-se na seguinte fórmula:
MP: Cumprimento do Plano de Manutenção Preventiva
O cálculo MP, por sua vez, é utilizado para acompanhar se o planejamento de manutenção preventiva está sendo cumprido. Muito semelhante ao MPd, esse indicador de manutenção também é expresso em porcentagem através da seguinte fórmula:
Distribuição por tipos de manutenção
O indicador de Distribuição por tipos de manutenção demonstra o percentual de cada tipo de manutenção que está sendo feito. Dadas as possíveis especificidades por equipamento, a gestão de manutenção deve manter as manutenções corretivas num percentual de até 20%.
Enquanto as manutenções preditivas e preventivas não tem necessariamente um valor máximo.
Quais são os erros mais comuns associados aos indicadores de manutenção?
Gestores podem se deparar com desafios na aplicação desses indicadores. Veja os principais erros ligados a eles para assegurar sua assertividade:
MTBF: Somar o MTBF de todos os equipamentos na tentativa de encontrar uma média global. Ou seja, calcular o MTBF de equipamentos sem possibilidade alguma de reparo e não somar o MTBF de todos os meses, zerando-o mensalmente.
MTTR: Estabelecer um valor de referência para a equipe. Isso aumenta as chances de o cálculo não demonstrar a realidade do que está acontecendo na manutenção, pois tende-se à indução de erro.
Cálculo de Confiabilidade e Disponibilidade: Não atrelar os cálculos de Confiabilidade e Disponibilidade a um determinado período de tempo. Isto é, o percentual demonstrado deve ser também expresso em horas.
Backlog: Atrelar o indicador de manutenção com “atividades em atraso”. Afinal, esse indicador refere-se a muito mais do que apenas atividades em atraso, englobando todas as atividades a serem realizadas.
Manutenção sobre Faturamento: Não o comparar com a média geral do segmento de transporte. Essa é a média que estabelece o cenário geral para a empresa.
CPMV: Utilizar o cálculo para equipamentos que não possuem uma alta criticidade. Além disso, utilizar em demasia o indicativo acaba fortalecendo uma dinâmica de inúmeras manutenções corretivas, o que não é interessante para a operação.
HH: Quando não é feito um levantamento das horas de trabalho dedicadas a cada manutenção. Portanto, o maior erro é dedicar menos que 80% de HH para manutenções planejadas.
Wrench Time: Não levar em conta os períodos de intervalo, descanso, deslocamento e afins.
MPd: Copiar planos de manutenção, não possuir histórico, não levar em conta as indicações do fabricante e não calcular o tempo de vida útil.
Distribuição por tipos de manutenção: Deixar que as manutenções corretivas extrapolem o percentual de 20% do total de manutenções realizadas.
Quais são os principais indicadores de manutenção de frota?
Além dos indicadores mencionados até aqui, há ainda alguns indicadores de manutenção específicos para a gestão de frota. São eles:
Total Cost of Ownership (TCO)
O TCO serve para avaliar os custos e benefícios diretos e indiretos de determinada solução de TI. Em resumo, o TCO é a soma de todos os possíveis custos inerentes à compra de determinado produto, considerando custos de implementação e manutenção de softwares e hardwares.
Custo por Quilômetro (CPK)
Essencial para o controle de manutenção, o Custo por Quilômetro demonstra o valor que o veículo custa para rodar determinado período ou rota, na gestão de frota ele pode ser usado de maneira isolada para identificar, por exemplo, as marcas de pneus com melhor custo-benefício.
Índice de Disponibilidade de Peças
Esse indicador é de interesse tanto para o setor de manutenção quanto para o setor financeiro, auxiliando o gestor de frota a ter mais controle sobre os ativos. O índice revela peças com mais saída e também a necessidade de novas compras, evitando-se a duplicidade ou a falta.
Taxa de Disponibilidade da Frota
Com o objetivo de elevar a produtividade da frota, este indicador ajuda na compreensão da qualidade das manutenções e desempenho dos motoristas. A taxa de disponibilidade da frota analisa a qualidade das peças, serviços prestados, cuidado dos condutores e tempo de utilização do veículo.
Taxa de Cumprimento de Ordens de Serviço
A Taxa de Cumprimento de Ordens de Serviço revela a quantidade de OS que foram abertas e a quantidade de OS que foram cumpridas. Assim, demonstra-se a eficiência da oficina na resolução de problemas em determinado período de tempo.
Custos de Combustível por Veículo
O indicador de Custos de Combustível por Veículo é importante para dimensionar o tipo de condução dos motoristas, possíveis desgastes em peças e, claro, gastos com combustível.
Índice de Desempenho de Fornecedores
Tratam-se de medidas quantitativas e qualitativas para mensurar a eficiência de fornecedores de serviços ou produtos. É esse indicador que mostra oportunidades de melhorias na parceria por meio de dados concretos.
Tempo de Ciclo de Reparo
O princípio desse indicador é bem simples mas pode tornar-se uma excelente ferramenta para mensurar a produtividade e eficiência da manutenção. Trata-se do indicador que mede o ciclo de reparo desde a abertura da OS até sua finalização.
Taxa de Segurança e Conformidade
Essencial para um plano de manutenção coeso, a Taxa de Segurança e Conformidade revela o percentual de conformidade das ações previstas no planejamento inicial em relação à segurança dos colaboradores.
Índice de Emissões
O Índice de Emissões é uma ferramenta poderosa para identificar problemas em potencial na manutenção dos veículos. Quanto mais elevado o índice de emissões de gases poluentes, mais distante a empresa está de cumprir suas metas ambientais e está suscetível ao rigor da lei.
Como a tecnologia pode ajudar no acompanhamento dos indicadores de manutenção?
A tecnologia está diretamente ligada à eficiência da gestão de manutenção, uma vez que é parte integrante do PCM, o Planejamento e Controle de Manutenção. O uso de softwares de gestão e demais soluções em tecnologia auxiliam no monitoramento da frota, muitas vezes de maneira automatizada.
Para tanto, é importante contar com tecnologia voltada especificamente para o setor de transportes. Com o sistema Globus, da Praxio, é possível integrar todos os setores da empresa, inclusive o de manutenção! Conheça sua aplicação na prática e aumente os resultados da sua gestão de manutenção de frota.
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