mercado competitivo e a complexidade no transporte de passageiros obrigam as empresas a reduzirem os custos operacionais sem prejudicar a qualidade do serviço. Uma das estratégias para equilibrar essa equação é ter um bom plano de manutenção.
Fazer o controle de manutenção de ônibus prolonga a vida útil da frota e reduz os prejuízos. Um ônibus circulando em bom estado reduz acidentes, evita falhas e quebras inesperadas ou interrupções emergenciais, mantém o fluxo das operações e melhora a imagem e a reputação da marca.
Ou seja, as atividades de manutenção não podem ser negligenciadas. Neste artigo, vamos mostrar um exemplo de plano de manutenção, as vantagens da gestão de manutenção, os diferentes tipos de manutenção de ônibus e como a automatização das ordens de serviço e do checklist melhora o serviço.
O que é plano de manutenção?
O plano de manutenção é um documento que define estratégias, frequência, periodicidade e detalhamento dos serviços que devem ser realizados ou foram executados pela oficina ou assistência técnica.
Serve para facilitar a gestão de manutenção de máquinas, equipamentos e frotas. Descreve, de forma simples e clara, o que precisa ser feito, quais itens devem ser conferidos a cada manutenção e quais componentes e peças exigem substituição.
Por que implementar o plano de manutenção?
O plano de manutenção ajuda no planejamento, agendamento e controle das atividades da oficina. Em empresas de transporte de passageiros, é essencial manter a frota em boas condições de uso.
Como o plano de manutenção deixa os serviços agendados com periodicidade definida, a chance de a empresa ter problemas com quebras inesperadas e paralisação de atividades ou serviços é reduzida.
Quais são os principais planos de manutenção?
A manutenção de ônibus pode ser feita de diferentes formas e o plano de manutenção costuma indicar qual o modelo que será utilizado pela empresa.
Plano de manutenção preditiva
Neste exemplo de plano de manutenção, a empresa se antecipa ao mau funcionamento de máquinas e veículos, falhas ou quebras, porque a checagem de peças e componentes é feita antes que os defeitos ocorram.
A partir de parâmetros, indicadores e orientações dos fabricantes, a gestão de manutenção se torna mais assertiva. Ou seja, é o tipo ideal de manutenção para empresas com ativos de alto custo, como indústrias com maquinários modernos e empresas de transporte de passageiros.
Plano de manutenção preventiva
Respeitando a periodicidade, a manutenção preventiva analisa o funcionamento do equipamento ou veículo para identificar se há necessidade de intervenções ou trocas. O objetivo é identificar problemas iniciais, que tornem a manutenção mais barata.
Normalmente, a empresa não espera o surgimento de um problema grave para fazer a manutenção. Também é chamada de manutenção planejada, quando feita em intervalos definidos de acordo com as indicações dos fabricantes.
No caso da manutenção de ônibus, as trocas e reparos são feitas conforme o tempo de uso ou quilometragem rodada (trocas de filtros a cada 3 meses ou troca de óleo a cada 10 mil quilômetros rodados, por exemplo).
Outros tipos de manutenção
Corretiva
É realizada quando o defeito surge e requer medida urgente para que um ônibus volte a rodar ou um equipamento volte a funcionar. Costuma ser mais cara do que a preventiva ou preditiva, já que foge do planejamento e interrompe inesperadamente a operação.
Detectiva
Baseia-se nas percepções dos colaboradores, operadores das máquinas ou motoristas. Por isso, é essencial que o profissional esteja atento e treinado para identificar problemas geralmente imperceptíveis para quem é leigo.
No transporte de passageiros, a manutenção detectiva tem sido cada vez mais utilizada por meio de feedbacks após a utilização de um veículo da frota ou via checklist.
Como montar um plano de manutenção: passo a passo
Não é difícil fazer o controle de manutenção, em especial quando a empresa estabelece um plano de manutenção baseado nestas 10 etapas:
1. Mapeie seus ativos
Para saber quais ativos devem compor o plano de manutenção é importante cadastrá-los e identificá-los. Assim, nenhum equipamento ou veículo ficará fora do controle de manutenção e a empresa poderá estimar as demandas e custos com atividades de manutenção.
2. Classifique por criticidade
O plano de manutenção deve seguir prioridades definidas pelo nível de criticidade dos ativos. O nível de criticidade se refere à avaliação do quão essencial é um determinado componente, equipamento ou sistema para as operações da empresa.
Ele é atribuído com base na probabilidade de falha e nas consequências dessa falha. Assim, a criticidade determina as prioridades no controle de manutenção. Para definir o nível de criticidade, é preciso observar alguns indicadores:
- Tempo de reparo: tempo gasto com ações corretivas. Quanto maior o tempo, maior a criticidade.
- Grau de utilização: frequência de uso do ativo. Quanto menos um ativo é usado, menor seu grau de criticidade.
- Perdas: impacto que a parada desse ativo gera na operação. Quanto maior o impacto, mais alto o nível de criticidade.
- Paradas: frequência com que o equipamento ou veículo apresenta defeitos. Por exemplo, quanto mais vezes um ônibus da frota vai para a oficina, maior é a sua criticidade.
Com base nessas análises, a gestão da manutenção classifica os ativos por categorias (A, B e C) – sendo A o nível mais crítico e com maior prioridade na manutenção.
3. Colete informações do fabricante
Cada ativo tem um tempo de vida útil, que costuma ser definido pelo fabricante. Não ignore as recomendações de quem fabricou o equipamento ou da montadora do veículo. Analise o manual do fabricante e, com base no tempo de vida útil dos componentes, faça o calendário de manutenção.
4. Defina o que é preciso para a manutenção
Depois de identificar e analisar os ativos sujeitos à manutenção, estime os recursos necessários: pessoal capacitado, ferramentas necessárias, espaço (oficina própria ou terceirizada), estoque de peças e prazos.
5. Elabore o orçamento
Depois de listar os recursos necessários para o plano de manutenção, é hora de fazer o orçamento. Pesquise o preço de peças/equipamentos de reposição, selecione os prestadores de serviços e estime o valor gasto com insumos e mão de obra. É importante ter orçamento disponível para as manutenções.
6. Crie um cronograma
Faça um calendário para as atividades de manutenção, definindo as datas de parada e os responsáveis pelo serviço. Não se esqueça de considerar o nível de criticidade de cada ativo. Inclua no cronograma o tipo de serviço e manutenção a ser feito, a periodicidade, a descrição da atividade e o nome do responsável.
7. Treine sua equipe
A manutenção requer conhecimento e os profissionais devem estar capacitados para o serviço. O treinamento melhora as rotinas de manutenção, a eficiência do serviço e reduz o tempo que o ônibus fica na oficina. Treine também os operadores de máquina ou motoristas de ônibus para que identifiquem precocemente qualquer problema.
8. Acompanhe os indicadores
Para ter um plano de manutenção eficiente é importante acompanhar a qualidade e o resultado dos serviços. Dessa forma, estabeleça indicadores e faça o acompanhamento de aspectos como tempo de atendimento dos técnicos, produtividade na oficina, recorrência de problemas ao longo do tempo, frequência de falhas e manutenções corretivas, custos com manutenção, redução de acidentes etc.
9. Gerencie suas metas
Uma boa estratégia da gestão de manutenção é criar metas. Estabeleça objetivos como, por exemplo, reduzir em 25% o número de manutenções corretivas, reduzir em 10% o tempo que o ativo fica parado em manutenção, reduzir em 30% o número de acidentes de trânsito, no caso de empresas de transporte etc.
Plano de manutenção de frota: quem deve fazer
O plano de manutenção se aplica a todas as empresas e indústrias com equipamentos, veículos, infraestrutura, instalação industriais, hospitalares e comerciais.
O porte da empresa também não importa. Isto é, todos os ativos, sejam computadores, impressoras, máquinas. equipamentos, veículos etc. precisam funcionar bem. Quando o assunto é manutenção, a velha máxima de que prevenir é melhor do que remediar se aplica perfeitamente.
Lembre-se que a manutenção vai muito além do conserto. Limpeza, lubrificação, ajustes de regulagem ou substituição de itens e de componentes de acordo com a vida útil são fatores a serem previstos no plano de manutenção. Para otimizar a manutenção, adote o uso de ordem de serviço.
O que é e o que deve conter em uma Ordem de Serviço?
Ordem de Serviço (OS) é um documento que formaliza a atividade de manutenção. Nele, o profissional de manutenção descreve o que precisa ser checado, qual serviço deve ser feito, peças a serem substituídas (por tipo e quantidade), materiais que serão utilizados na realização do serviço, custos envolvidos, data e nome do responsável.
Serve como uma ferramenta de suporte para os técnicos responsáveis pela manutenção do ônibus e para que a gestão da manutenção controle os serviços.
Como aplicar um plano de manutenção de frota?
Fazer a manutenção de frotas de forma eficiente requer organização e planejamento. Um ônibus tem inúmeros componentes a serem checados, trocados e testados. Portanto, a melhor forma de fazer a manutenção completa é adotar o checklist.
Com esse recurso, os mecânicos sabem exatamente o que fazer e quais itens precisam conferir e trocar. No caso da manutenção de ônibus, o checklist deve incluir alguns itens fundamentais, conforme veremos a seguir.
Checklist para um plano de manutenção de frota
Confira itens que não podem faltar para uma manutenção completa e eficiente:
Nível do Óleo, Filtros e Sistema de Arrefecimento: Verificação e ajuste dos níveis de óleo do motor e fluido de arrefecimento. Substituição de filtros de óleo e ar conforme as recomendações do fabricante para garantir a lubrificação adequada e evitar o superaquecimento.
Sistema de Freios: Inspeção minuciosa dos componentes do sistema de freios, incluindo pastilhas, discos, tambores e fluido de freio.
Pneus, Rodas, Alinhamento e Balanceamento: Verificação da pressão dos pneus, desgaste irregular, alinhamento e balanceamento.
Correia Dentada: Inspeção e, se necessário, substituição da correia dentada de acordo com o intervalo recomendado pelo fabricante. Isso porque a correia dentada desgastada ou danificada pode causar danos ao motor.
Sistema Elétrico e Baterias: Teste do sistema elétrico, incluindo luzes, faróis, luzes de freio e sistemas de carga da bateria. Verificação das condições das baterias e cabos elétricos para evitar problemas de partida e funcionamento.
Cintos de Segurança: No caso do transporte rodoviário, inspeção dos cintos de segurança, fivelas e sistemas de retenção.
Botões de Parada: Verificação dos botões de parada solicitada e sistemas de comunicação interna, natural no transporte urbano.
Suspensão: Verificação de amortecedores, molas e componentes relacionados para garantir conforto e estabilidade.
Direção: Avaliação da direção, articulação, caixa de direção e alinhamento para assegurar a segurança e a precisão do controle.
Combustível: Inspeção de tanques, linhas e filtros de combustível para evitar vazamentos e assegurar o suprimento adequado.
Sistema de Ar Condicionado: Teste do funcionamento e limpeza dos sistemas.
Sistema de Transmissão: Verificação da transmissão, embreagem e diferenciais para garantir a eficiência da transmissão de potência.
Equipamentos de Emergência: Certificação de que extintores, martelos de emergência e saídas de emergência estão acessíveis e operacionais.
Interior do Veículo: Inspeção dos assentos, revestimentos.
Por que automatizar o plano de manutenção?
O plano de manutenção envolve muitos detalhes e, por isso, automatizar o controle é uma excelente forma de aumentar a produtividade e reduzir erros ou retrabalhos. Todo o processo que envolve a gestão da manutenção de ônibus pode ser automatizado, incluindo o checklist, a ordem de serviço e o cronograma.
Com uso de tecnologia, o controle da manutenção é facilitado. Ao automatizar o plano de gestão e digitalizar os processos, as decisões são tomadas mais rapidamente, os fluxos são integrados, fica mais fácil controlar os custos, obter relatórios e checar indicadores.
A Praxio, por exemplo, oferece sistemas específicos para gestão de empresas de transporte. Entre os módulos, estão as rotinas de manutenção. Além disso, é possível contar com aplicativo para checklist de manutenção, que facilita todo o controle de serviços.
Há também um terceiro complemento para essa gestão: o aplicativo para gestão de OS e seus indicadores, que permite monitorar tarefas abertas, em andamento ou já finalizadas pela equipe de manutenção.
Tecnologia na gestão da manutenção de frotas
Elaborar um plano de manutenção pode ser trabalhoso no primeiro momento, mas assim que todos os dados estiverem organizados e centralizados, é só respeitar o fluxo e os prazos definidos no cronograma.
Se você precisa desenvolver um plano de manutenção de ônibus, a Praxio tem as soluções ideais para o controle de manutenção de frota automatizada. Nesse sentido, viagens tranquilas passam pela segurança de ter ônibus rodando com a manutenção bem-feita.
Isso tem impacto direto na disponibilidade de frota e satisfação dos clientes, além da redução de custos, pois o fluxo de manutenção passa a ser mais eficiente e organizado, com menos gasto em papel, retrabalhos e desperdício de recursos.
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