O planejamento municipal requer atenção especial de gestores públicos, urbanistas e empresários de vários setores, entre eles o de transportes. Nas médias e grandes cidades, os maiores desafios dizem respeito à mobilidade e à sustentabilidade no transporte urbano.
O ir e vir têm impactos diretos na qualidade de vida da população e no meio ambiente. Por isso, o transporte público ganha cada vez mais destaque e precisa levar em conta que resolver as demandas dos passageiros envolve diretamente o cuidado com questões ambientais.
A responsabilidade de garantir um transporte sustentável urbano deve ocupar a agenda de executivos do segmento. As empresas que desejam se manter competitivas não podem mais negligenciar o conceito ESG (do inglês Environmental, Social and Governance – ou ambiental, social e governança). São esses os pilares dos negócios modernos.
Mas, afinal, como garantir a sustentabilidade no transporte urbano? É isso o que veremos neste artigo. Se sua empresa está buscando diferenciais nesse quesito, aproveite a leitura!
Mais carros nas ruas
O mercado automotivo cresceu 11,6% em 2021, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea). Nos primeiros três dias úteis de abril de 2022 foram emplacados 21.512 carros e veículos comerciais leves, ou seja, uma média diária de 7.170, o que corresponde a um crescimento de 12% em relação ao mês anterior, relativamente.
O que isso quer dizer? Que há mais carros nas ruas. Some-se a isso a ampliação desordenada das cidades, a falta de planejamento e a pouca infraestrutura e teremos impactos severos na mobilidade e no meio ambiente.
Além das grandes capitais brasileiras, as regiões metropolitanas enfrentam engarrafamentos e isso aumenta o tempo de viagem no transporte urbano. Insatisfeitos, os usuários recorrem ao transporte particular, o que acentua ainda mais os problemas de mobilidade e sustentabilidade.
Assim:
• Piora a mobilidade urbana, pois há mais veículos nas ruas;
• Aumenta a poluição causada pela emissão de gases.
Nesse sentido, oferecer um serviço de transporte público de qualidade, respeitando as normas socioambientais, não é somente uma responsabilidade social e um compromisso com os passageiros, mas também um alívio para o meio ambiente e a economia.
Atualmente, já é possível contar com medidas que tornam as operações de transporte mais eficientes. Quando corretamente aplicadas, as estratégias promovem a sustentabilidade no transporte urbano e trazem benefícios econômicos. Afinal, entre as vantagens estão o menor consumo de combustível e a redução no desgaste de peças e dos veículos.
O que é um transporte sustentável?
Para reduzir os impactos humanos no meio ambiente, uma das apostas é o transporte sustentável. A sustentabilidade envolve a melhoria nos processos de transporte público, redução na emissão de gases poluentes, economia no gasto de combustíveis e outras medidas inteligentes para aumentar a mobilidade urbana.
O transporte sustentável requer também mudanças de comportamento e nos hábitos da população. A proposta envolve a troca do transporte individual por opções coletivas ou meios de transporte não poluentes, como bicicletas. Um ônibus substitui 40 carros.
A sustentabilidade no transporte urbano está focada na redução dos impactos ambientais e na melhoria da mobilidade nas cidades. Calçadas mais amplas, aumento no número de ciclovias, vias com boa fluidez do trânsito, sistemas de transporte públicos eficientes e menos poluentes são algumas iniciativas.
O Brasil tem urgência no desenvolvimento de uma mobilidade urbana sustentável, com melhorias no trânsito. Investir em transportes coletivos não apenas diminui os poluentes atmosféricos como agiliza a mobilidade, é mais econômico, mais rápido e menos estressante.
Felizmente, a tecnologia pode ajudar a tornar os transportes de massa mais eficientes e sustentáveis.
Leia também: 9 tendências para o transporte rodoviários e mobilidade em 2022.
Qual a importância da sustentabilidade nos dias atuais
O planeta pede socorro e nosso futuro depende de ações mais sustentáveis. Cingapura chegou ao limite do caos na mobilidade urbana nos anos 1970. Com iniciativas para desestimular o uso de carros e a criação de um pedágio urbano, o país conseguiu reverter o problema: atualmente, 65% das pessoas utilizam transporte público.
Hong Kong, na China, é outro exemplo. Com um sistema de transporte público eficiente, menos de um quarto da população possui carro próprio. A sustentabilidade no transporte requer uma série de ações e esforços, mas os resultados são consideráveis para a qualidade de vida nos grandes centros.
Um bom sistema de mobilidade sustentável inclui:
- Incentivo ao transporte urbano coletivo;
- Priorização do transporte público;
- Controle de circulação de automóveis em determinadas áreas;
- Carona corporativa;
- Tecnologias para controle no consumo de combustíveis e emissão de gases.
Entre as vantagens estão:
- Redução da poluição ambiental (atmosférica e sonora);
- Melhor desenvolvimento urbano;
- Diminuição da mortalidade no trânsito;
- Melhoria no fluxo do sistema viário;
- Economia para usuários e empresas;
- Modernização do sistema de transporte público;
- Mais facilidade na fiscalização de tráfego.
Lembre-se: o transporte coletivo polui menos do que os automóveis no cálculo passageiro/quilômetro. Os carros de passeio respondem por mais de 70% da poluição do setor de transporte.
Tecnologia: ônibus híbridos em teste no Brasil
O Brasil já testou alguns protótipos de ônibus híbridos e, recentemente, a Prefeitura de Maricá, no Rio de Janeiro, anunciou que a cidade deve ser a primeira do país a fabricar essa categoria de veículos. O projeto será realizado em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A intenção da administração municipal é renovar a frota de ônibus com veículos circulando sem emissão de carbono. A previsão é que um protótipo entre em circulação até julho de 2022 e que, em 24 meses, seja possível dar início ao processo de descarbonização da frota municipal.
Principais estratégias para transporte sustentável
Os cuidados com a sustentabilidade vão além das medidas adotadas por gestores públicos para melhorar a mobilidade. As empresas de transporte urbano também podem ser mais sustentáveis. Confira:
1. Arla 32
Visando um transporte urbano sustentável existem soluções como o Agente Redutor Líquido de Óxidos de Nitrogênio (ARLA). Trata-se de um reagente composto que deve ser inserido no Sistema de Redução Catalítica Seletiva. Ou seja, um catalisador para ônibus.
Seu objetivo é reduzir a emissão química de gases do escape de veículos movidos a diesel. O número 32 se refere à concentração de solução de ureia (32,5%) em água desmineralizada.
A OBD (sistema de autodiagnostico do veículo) mede a qualidade de gases de veículo por meio de sensores, alertando o motorista ou a empresa de transporte de passageiros de que restam apenas 48 horas até o abastecimento do reservatório.
Caso não haja reabastecimento, a potência diminui em 40%. Vale lembrar que o consumo esperado é de 5 litros de Arla32 para 100 litros de diesel.
É importante que o produto tenha o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). A ausência do selo pode provocar problemas no veículo, o que gera gastos adicionais, contribui para a maior emissão de poluentes e aumenta o risco de multas e apreensão do ônibus.
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) possui um guia de uso correto do Arla32.
2. Descarte correto de óleos lubrificantes
O óleo lubrificante é considerado um resíduo perigoso após seu uso. Isso porque, caso seja descartado incorretamente, pode contaminar a água e o solo. Esse resíduo tem consequências críticas para a saúde pública, com risco de contaminação de alimentos, aumento de salinidade, erosão, entupimento de canos e redução da fertilidade do solo.
No Brasil, a Resolução nº 362/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama determina o rerrefino como destino obrigatório desse resíduo. A prática extrai os componentes contaminantes do óleo usado ou contaminado e o transforma em óleo básico, recuperando-o.
3. Descarte correto das baterias automotivas
Não é só o óleo que precisa ter o descarte correto. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) também determina regras para uso e descarte de baterias, que devem ser seguidas por empresas de transportes e condutores.
Após atingir o fim de sua vida útil, é necessário que a sucata de bateria seja descartada da maneira correta. A Resolução Conama nº 401 de 2008 determina que o fabricante nacional receba de volta as baterias descarregadas que forem comercializadas por ele.
Apesar da obrigação de receber, o fabricante não tem a responsabilidade pela coleta. Essa função que deve ser exercida pela própria empresa de transporte.
4. Ecocondução
A condução correta de um veículo pode diminuir a quantidade de poluentes emitidos e o gasto de combustível. Segundo o Guia sobre Ecocondução, proposto pelo Programa Despoluir (da CNT e do SEST SENAT), entre as boas práticas que diminuem a emissão de poluentes estão:
- Ler o manual do veículo;
- Dirigir com atenção;
- Respeitar as regras de trânsito;
- Abastecer os veículos com combustível de qualidade;
- Evitar que o veículo utilize a reserva de combustíveis;
- Não deixar o veículo esquentando quando houver injeção eletrônica.
5. Manutenção preventiva
A manutenção preventiva é ponto importante para os gestores de frota e motoristas profissionais. Afinal, manter o funcionamento dos veículos em ordem garante um transporte mais seguro, eficiente e limpo.
É importante checar itens como motor, bateria, freios, pneus e dispositivos de sinalização periodicamente, evitando possíveis problemas com a frota de veículos. O alinhamento e balanceamento também são de suma importância, já que garantem maior eficiência do motor e menor gasto de combustível.
6. Tecnologia como aliada do transporte sustentável
Cumprindo seu papel como facilitadora, a tecnologia representa uma alternativa para amenizar os efeitos negativos provocados pelos meios de transporte. Nesse sentido, softwares de gestão integrada podem auxiliar as empresas de transporte de passageiros que desejam implementar soluções sustentáveis.
Com o software de gestão para transporte de passageiros da Praxio é possível ter o controle total da frota, monitorando aspectos importantes para o meio ambiente. Entre as facilidades estão:
- Controle do combustível;
- Manutenção;
- Controle Preventivo;
- Monitoramento de Pneus e Estoque;
- Controle de compras;
- Gestão de oficinas;
- E-commerce para compra de peças.
Em síntese, o correto controle de insumos, como pneus e combustível, permite a redução e o gerenciamento de custos. Dessa maneira, promove a sustentabilidade no transporte urbano.
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