A Huambo Expresso, a mais nova empresa com atuação nas linhas interprovinciais rodoviárias de Angola, já nasce considerando uma série de desafios pela frente.
Com a legislação muito diferente do que é praticada no Brasil e a responsabilidade do transporte como parte da transformação social, os objetivos são grandes: chegar a uma frota de 50 veículos no início de 2022, e revolucionar o mercado tão culturalmente habituado à gestão manual, implementando tecnologia específica para o transporte de forma totalmente virtual.
Nessa trajetória, a empresa contará com o suporte da tecnologia especialista no segmento rodoviário da Praxio – empresa referência no setor que faz parte da nSTech, plataforma de soluções tecnológicas para a cadeia de logística e mobilidade, que por meio de suas diferentes empresas já atende mais de 28 mil clientes na América Latina.
Nesta semana, tivemos um encontro virtual com o capitão dessa operação, Luiz Mauro, superintendente de operações comercial e logística, de nacionalidade brasileira e experiente na utilização das soluções Praxio, que compartilhou os objetivos e desafios no processo de implantação do sistema do outro lado do oceano atlântico.
Conte um pouco sobre a Huambo, desafios e como você chegou para a execução deste projeto
O convite para atuar na construção da Huambo Expresso aconteceu no final de 2020, pouco tempo após eu ter voltado ao Brasil e após alguns anos de experiência atuando no setor do transporte em Angola. A proposta de oferecer aos passageiros angolanos um serviço diferenciado para o segmento interprovincial, que é o mais parecido com o rodoviário do Brasil, foi irrecusável.
Estamos iniciando a operação com 147 funcionários e uma frota de 15 veículos atendendo algumas das principais províncias e cidades do país: Huambo, Cuito, Benguela, Lubango e Luanda. Mas já em janeiro de 2022, estaremos com 35 ônibus preparados para atuar nas 18 províncias de Angola. Nossa intenção é chegar ao final do próximo ano com 50 veículos e iniciar a operação para Cargas e Encomendas.
Você fala em oferecer um serviço diferenciado? Estamos falando em gestão? Tecnologia?
Especificamente no que se refere a tecnologia, o transporte aqui em Angola é como na década de 1990 do Brasil, como muita coisa ainda feita de forma manual. A maioria dos profissionais ainda faz planilha em Excel e tem empresa que nem tem esse controle direito.
Naquelas que tem alguma tecnologia, vemos apenas o sistema contábil, folha de pagamento, mas faltam soluções para gestão de frota, de manutenção, de venda de passagem. A falta de tecnologia para a gestão da operação acaba sendo acompanhada pelos problemas na oferta do serviço.
Praxio e Oferta Diferenciada
Nossa intenção com a Huambo Expresso é trazer mais tecnologia para esse setor ainda tão carente no país. Nossa empresa nasce com um novo conceito em tecnologia para a operação.
Foi por essa razão que a minha história e a da Praxio se cruzaram. Eu já conhecia a Praxio do tempo que trabalhei no Brasil e já sabia que era possível implantar essa gestão diferenciada aqui em Angola, mesmo com as necessidades de ajustes em relação a legislação.
Eu levo essa ideia por onde vou exatamente pela experiência que tive no Brasil, porque eu usava bastante o sistema. No Brasil se faz mais operação, e quando cheguei aqui e vi as necessidades da operação, soube que o ERP da Praxio iria nos atender muito bem.
Tecnologia sem “pequenos arranjos”
Queremos um sistema completo, sem a necessidade de ficarmos fazendo emendas entre setores. Porque se iniciarmos com os “pequenos arranjos” depois é pior. Queremos começar bem estruturado para não ter problema lá na frente.
Além do ERP, também estamos trazendo a Plataforma Luna para a gestão de Passagens. Na verdade, vamos começar a operação por ela. Porque temos uma legislação e parte fiscal bem diferente e vamos precisar de algumas integrações, claro.
Em Angola há menos impostos do que no Brasil. Isso faz com que a forma de gerir seja muito diferente. São um ou dois impostos, mas a legislação completamente diferente.
E como será essa implantação?
100% virtual. Inclusive, a gente já comprou os computadores para o pessoal que vai fazer o treinamento. A pandemia foi um grande aprendizado a esse respeito. Se não fosse possível uma implantação nesse formato, além da questão dos 14 dias de quarentena imposto pelo país, o custo inviabilizaria o projeto. O mundo mudou, né? E a gente tem que se adequar a isso.
O que a Huambo Expresso imagina para o futuro do transporte em Angola?
O objetivo da Huambo Expresso é melhorar o serviço do transporte em Angola que é carente. A volta do trabalho é bem ruim, com falta de ônibus já às 18h ou 19h. Se chove, para tudo.
Por isso que, quando entramos neste mercado já com um sistema de transporte que conta com uma tecnologia focada na melhoria e otimização da operação, onde é possível controlar fatores em tempo real, vendo tudo o que está acontecendo, fatalmente nós vamos trabalhar para minimizar esses problemas. Estamos focamos em entregar um futuro melhor para o transporte daqui.
Volto a falar. É por isso que eu considero a tecnologia tão importante. Sem ela, é impossível gerenciar com agilidade. Eu não preciso sair na rua para ver se meu carro está com alta velocidade, nem preciso ir até uma agência para conferir se está vendendo pouco ou muito. O sistema mostra tudo isso. É possível abrir a mente do pessoal para o sistema.
O ERP Praxio tem, no próprio sistema, os painéis de controle de tudo está acontecendo na operação. Se você não consegue medir o que você faz, como é que você vai gerenciar, não é verdade?
Eu lembro lá na década de 1990, em que eu trabalhava em empresa no Brasil e era tudo na mão. Depois, na hora de procurar as anotações, tinha que ir lá naquela folha que se demorava 2h ou 3h para achar uma informação. Hoje você pega o BI, puxa as informações e está tudo ali, e ficam guardadas, né? Muito bom!