No Brasil, quase metade das empresas fecha antes de completar três anos. O principal motivo é a ineficiência na gestão financeira, mas poucos empresários reconhecem e admitem isso: apenas 25% deles, segundo o IBGE.
Se a má administração dos recursos é fatal para os negócios, acertar o passo é fundamental. Em empresas de qualquer segmento ou porte, fazer o gerenciamento financeiro é a primeira lição a ser aprendida.
Neste artigo, vamos explicar como caprichar na gestão financeira e manter as contas no verde. Vamos mostrar também os riscos da negligência nas finanças e como evitar as ciladas. Acompanhe!
O que é gestão financeira?
Gestão financeira é o planejamento, análise e controle das finanças, desde o acompanhamento das despesas fixas e variáveis até a apuração de lucros, negociação de empréstimos, pagamento de financiamentos, investimentos e tudo o que diz respeito ao patrimônio da empresa e ao controle de capital.
Para fazer uma boa gestão financeira, a empresa precisa de métodos e processos, softwares de gestão e profissionais capazes de analisar cenários e tendências, traçar metas, otimizar recursos e checar se os resultados financeiros estão de acordo com o planejamento estratégico.
Para que serve a gestão financeira?
Manter os gastos sob controle é uma das finalidades da gestão financeira, mas não a única.
A gestão financeira é responsável por encontrar alternativas quando a empresa deixa de operar no lucro ou enfrenta crises, seja por fatores externos (de mercado) ou internos. Também sinaliza os riscos e oportunidades.
Ou seja, ajuda a empresa a manter sua operação no azul, a ampliar a visão de negócios e a crescer de forma eficiente e sólida.
Por que a gestão financeira é importante para as empresas?
Uma gestão financeira eficaz serve como inteligência estratégica e reduz os riscos de endividamento, maus investimentos, resultados insatisfatórios ou falência. Fazer a boa gestão financeira traz vantagens como:
- Melhoria na gestão do capital e no controle das finanças.
- Planejamento preciso dos gastos e investimentos.
- Equilíbrio dos custos e redução de desperdícios.
- Alocação adequada de recursos.
- Visibilidade sobre o desempenho da empresa.
- Dados confiáveis para investimentos.
- Capacidade de lidar com imprevistos e enfrentar cenários de crise.
Quais são os principais processos da gestão financeira?
Para obter uma gestão financeira eficiente é necessário adotar alguns procedimentos e métodos.
Planejamento de metas e orçamentos
Gestão financeira é sinônimo de planejamento e do gerenciamento de recursos que serão necessários para que a empresa conquiste suas metas. A lição básica é conhecer e controlar as despesas fixas e variáveis. Depois, definir o orçamento de cada área e os investimentos a serem feitos a curto, médio e longo prazo.
Controle de liquidez
A liquidez de uma empresa é a sua capacidade de pagar as dívidas e indica a saúde financeira do negócio. Quanto maior o índice de liquidez, maior a segurança financeira da empresa e mais facilmente será a obtenção de crédito.
Os índices de liquidez podem ser:
Liquidez corrente
Reflete a capacidade da empresa de arcar com seus débitos a curto prazo. É a soma dos bens (ativos circulantes: estoques, dinheiro em caixa, créditos a receber) dividida pela soma do que se tem a pagar (passivo circulante: impostos, financiamentos etc.)
Liquidez seca
Semelhante à liquidez corrente, esse índice tem como única diferença o fato de desconsiderar o estoque nos cálculos, já que a quitação de contas depende das vendas do estoque, o que nem sempre é possível a curto prazo. A fórmula é: ativo circulante menos estoque dividido pelo passivo circulante.
Liquidez imediata
Leva em conta o capital corporativo disponível de forma imediata para a quitação de dívidas. Diz respeito ao saldo bancário, aplicações financeiras e dinheiro em caixa. Para calcular esse índice basta dividir o capital disponível pelo passivo circulante (dívidas previstas para o período).
Liquidez geral
Nesse caso, o ativo circulante é somado ao realizável a longo prazo. Essa soma é dividida pela soma do passivo circulante e não circulante. Esse índice estima a situação da empresa a médio e longo prazos, mostrando qual a situação financeira diante das obrigações totais.
Gestão do fluxo de caixa
O fluxo de caixa controla as entradas e saídas de caixa durante um período determinado, considerando atividades operacionais, investimentos e financiamentos, por exemplo. Com esse acompanhamento, as empresas sabem como os recursos estão sendo utilizados e onde é necessário fazer ajustes.
Gestão de contas a pagar e a receber
A boa gestão financeira precisa ter controle sobre as contas a pagar e a receber, caso contrário, a empresa opera às cegas e corre o risco de ter problemas. O controle de todas as despesas, empréstimos, rendimentos, dívidas a receber e cobrança a fazer é essencial.
Para a saúde financeira do negócio, toda essa movimentação deve estar visível e ser rigorosamente controlada para facilitar o planejamento e evitar surpresas desagradáveis nas contas.
Controle e emissão de notas fiscais
Além de comprovar as transações de valores e registrar tributações sobre serviços e produtos prestados ou adquiridos, as NFs são garantia fiscal para a empresa. Qualquer divergência nos dados de valores transitados pode ser considerada sonegação pela Receita Federal.
O controle e emissão correta de notas fiscais também ajuda na contabilidade dos valores pagos, a receber e no acompanhamento do fluxo de caixa.
Apuração dos resultados financeiros do negócio
Você sabe se sua empresa está performando bem? A apuração dos resultados financeiros serve para isso: confirmar se receitas, custos e despesas estão equilibrados e se a empresa tem lucro. Em uma boa gestão financeira, fazer a apuração mensal dos resultados garante a visibilidade sobre o desempenho do negócio.
O que não pode faltar em uma gestão financeira?
Não há dúvidas de que a gestão financeira é fundamental e deveria ser regra em toda empresa. Para ter sucesso nessa missão, algumas estratégias são fundamentais.
Definição de indicadores financeiros
Os indicadores são índices que medem a situação financeira da empresa e norteiam a tomada de decisões. Entre eles estão:
- margem de lucro (mede o lucro bruto considerando o faturamento total e custo das mercadorias ou serviços),
- margem EBITDA (indicador de rentabilidade),
- margem líquida (mede o lucro líquido),
- margem de contribuição (avalia quanto as vendas contribuem no pagamento de gastos fixos),
- ponto de equilíbrio (marca o momento em que o faturamento se iguala aos custos e despesas),
- retorno sobre o patrimônio líquido – ROE (representa a riqueza de uma empresa e sua eficiência na geração de lucros),
- retorno sobre investimentos – ROI (avalia o quanto o investimento rende em determinado período),
- ticket médio (indica quanto cada cliente gasta em média com os produtos ou serviços da empresa).
Capital de giro
Saber qual é o capital de giro é necessário para garantir a liquidez, ou seja, permitir que a empresa tenha fôlego para continuar operando apesar de suas despesas. Em resumo, é a diferença entre os recursos em caixa e a soma das contas a pagar.
Uma boa gestão financeira garante, por exemplo, que o montante reservado para o pagamento dos custos seja suficiente e estima, ainda, por quanto tempo a empresa consegue manter suas obrigações com o dinheiro disponível.
Separação de finanças pessoais e profissionais
Um dos principais erros das empresas é permitir que seus proprietários ou sócios misturem as finanças pessoais e corporativas. Quando não há um pró labore definido, há grandes chances de a real situação da empresa ficar ofuscada e de ocorrerem retiradas indevidas. Outros problemas são a pouca transparência nas contas, dívidas acumuladas, tomada equivocada de decisões etc.
Controle sobre estoque e compras
Essa é outra medida essencial para a boa gestão financeira. A falta de insumos, materiais e equipamentos para a produção ou prestação de serviços causa prejuízos, mas produtos acumulados no estoque representam capital parado. Quando a empresa não faz um controle de seus estoques, prejudica a lucratividade.
Análise de dados
Fazer a gestão financeira requer ampla visão sobre as contas, orçamentos e gargalos. Por isso, é importante que os gestores acompanhem sistematicamente os indicadores financeiros e tenham acesso aos dados em tempo real, facilitando a análise e a tomada de decisões.
Compliance e gestão de riscos
Todo negócio tem riscos e quando a empresa faz esse gerenciamento, consegue prevenir erros, melhorar processos e reduzir custos. Já o compliance ajuda no cumprimento de normas e leis, reduzindo as chances de multas, por exemplo.
Quais as consequências de uma má gestão financeira?
As falhas na gestão financeira desencadeiam uma série de problemas e precisam ser identificadas o quanto antes para evitar que o futuro do negócio seja colocado à prova. O estresse e a ansiedade são apenas dois dos reflexos que recaem sobre os gestores quando a gestão financeira não é feita adequadamente.
Outras consequências são:
- Pouca visibilidade sobre a situação real da empresa e endividamento.
- Perda de oportunidades de negócios e de competitividade.
- Dificuldade para definir o planejamento estratégico e tomar decisões.
- Indisponibilidade para investimentos, já que a falta de recursos e o endividamento reduzem as oportunidades.
- Comprometimento do crescimento e dificuldade para atingir os objetivos e resultados.
- Falta de “fôlego” financeiro para administrar e manter o negócio em períodos de crise econômica.
Software para gestão empresarial de ponta a ponta
Fazer a gestão financeira de uma empresa não é fácil e são muitos os fatores a serem levados em conta. O acompanhamento detalhado e em tempo real das finanças, permitindo que quaisquer desvios sejam identificados rapidamente, requer o uso de bons softwares de gestão.
Com um sistema de gestão financeira, os processos e controles são automatizados e integrados, os erros diminuem e gargalos são identificados. A tecnologia também ajuda no acesso a informações em tempo real e na identificação precoce dos riscos.
Um ERP é uma excelente ferramenta para a gestão de empresas e para o controle financeiro, contábil, de estoques, vendas etc. No caso do transporte de passageiros, a Praxio oferece um sistema completo com recursos 100% focados nesse serviço, de ponta a ponta da operação, seja qual for o porte. da sua frota, temos a solução certa para o seu negócio.
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