Gerenciar uma equipe é sempre desafiador. Se o trabalho for a distância, ainda mais. Esse é o dilema na gestão de motoristas de ônibus. Nas empresas de transporte, o RH precisa fazer o gerenciamento de horas, treinamentos, escalas, jornadas, descanso, faltas, atrasos e férias. Mas, como, se os profissionais estão sempre no trânsito?
Para que as empresas atuem dentro da lei, a gestão de motoristas de ônibus deve ser assertiva, com boas ferramentas de controle, comunicação eficaz, alinhamento de expectativas, confiança e, principalmente, uma cultura que valorize a entrega de resultados.
O setor de transporte requer uma abordagem proativa e estratégica do RH para a boa gestão de motoristas de ônibus. Amparada em tecnologia, a missão fica mais fácil. Quer saber como ter motoristas comprometidos e bem gerenciados, operações eficientes e passageiros satisfeitos? Neste artigo, a gente ensina!
No que consiste a gestão de motoristas de ônibus?
A gestão de motoristas de ônibus envolve um conjunto de práticas, estratégias e processos adotados por empresas de transporte para administrar o trabalho dos motoristas. Vai da seleção e treinamento até a supervisão contínua e treinamentos.
É essencial para que as empresas estejam em dia com a legislação trabalhista e tem como resultados a melhoria da produtividade, a segurança dos passageiros e a eficiência das operações.
Por que cuidar da gestão de motoristas?
Vários motivos justificam uma gestão de motoristas de ônibus rigorosa:
- Segurança no trânsito e dos passageiros
Motoristas treinados, conscientes de suas responsabilidades, comprometidos com a profissão, descansados e atentos desempenham sua profissão de forma mais segura.
- Conformidade com regulamentações
O transporte é um setor sujeito a diversas regulamentações e a gestão de motoristas de ônibus ajuda a cumprir a lei e evita multas.
- Redução de custos
Profissionais bem selecionados e treinados, além de práticas eficientes de gestão de frotas, como a manutenção preventiva dos ônibus, reduz custos com reparos, substituição de veículos e multas.
- Reputação da empresa e satisfação dos clientes
Os motoristas estão na linha de frente das empresas de transporte de passageiros. Eles “personificam” o negócio e, quando a empresa faz a boa gestão dos motoristas de ônibus, a satisfação dos passageiros aumenta, assim como a reputação.
- Redução de atrasos
Motoristas bem gerenciados são menos propensos a faltas e atrasos, fatores essenciais para que horários sejam cumpridos e os passageiros fiquem satisfeitos.
- Mais produtividade
Quando a empresa de transporte investe na gestão de motoristas de ônibus, melhora o bem-estar e a saúde – física e mental – dos profissionais. Um ambiente de trabalho controlado e saudável reduz o risco de fadiga e estresse e melhora a produtividade.
O que é necessário para ser motorista de ônibus?
Para se tornar um motorista de ônibus é preciso estar habilitado com CNH na categoria D, ter habilidades técnicas e equilíbrio emocional. A atividade requer treinamento específico e algumas empresas pedem um número mínimo de horas de experiência.
Conhecer a legislação de trânsito é outro requisito, assim como ter disponibilidade para trabalhar nos finais de semana e feriados, boa comunicação, flexibilidade, bom relacionamento interpessoal, conhecimentos básicos de primeiros socorros e atenção à segurança dos passageiros e ao cumprimento de rotas, horários e escalas.
Qual é a categoria da carteira para dirigir ônibus?
Para dirigir ônibus e micro-ônibus, os motoristas precisam ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) da categoria D.
O que é a categoria D?
A habilitação na categoria D permite a condução de veículos com lotação superior a oito lugares, excluindo o motorista. Ao obter essa CNH, o condutor está autorizado a conduzir ônibus, micro-ônibus, vans e veículos de categorias B (carros) e C (caminhões).
Quais os requisitos para ser habilitado na categoria D?
A habilitação na categoria D pode ser requerida por pessoas com idade mínima de 21 anos e que estejam habilitadas há, no mínimo, 2 anos no tipo B (carros) ou 1 ano no tipo C (caminhões).
Também é necessário passar por exames médicos e psicotécnicos, ser aprovado no exame prático de direção e no curso de transporte coletivo, ter histórico positivo de condução (sem infrações graves no trânsito) ou não ser reincidente em infração média no período de 12 meses que antecedem a solicitação da mudança de categoria.
O que reprova na categoria D?
Os principais fatores que impedem os candidatos de obter a habilitação na categoria D são:
- Reprovação no exame teórico-técnico e desrespeito às regras aprendidas durante as aulas (desrespeitar limites de velocidade ou não usar o cinto de segurança, por exemplo).
- Falta grave durante o teste prático de direção, como desrespeitar a sinalização, não utilizar os espelhos ou não manter distância adequada de outros veículos.
- Falta gravíssima durante o exame prático, como colisão, atropelamento, ultrapassagem em local proibido etc.
- Inaptidão no exame médico ou psicológico.
- Apresentação de documentação incompleta, irregular ou falsa durante o processo de habilitação.
Como fazer a mudança de categoria da CNH?
Para fazer a mudança de categoria da CNH é necessário fazer um requerimento online no site do Detran do estado.
Depois de preencher o cadastro é feito o agendamento de data e hora para a apresentação dos documentos necessários – originais e cópias da CNH, RG, CPF e comprovante de endereço emitido há, no máximo, três meses.
O interessado terá taxas a serem pagas, como a requisição para mudança de categoria, exame médico e psicotécnico, aulas práticas, teste de direção e emissão da nova CNH, por exemplo. Os valores podem variar entre os estados.
Pode pular da categoria B para D?
Sim, é possível! Depois de habilitado por dois anos na categoria B (automóveis), o motorista pode requerer a habilitação na categoria D.
Basta fazer o curso para a condução de veículos de transporte coletivo de passageiros, os exames médicos, psicológicos, teóricos e práticos. Se aprovado em todas as etapas, o motorista consegue pular da categoria B para a D.
Controle do exame toxicológico
Os motoristas com CNH nas categorias C (caminhão), D (ônibus e vans) e E (carretas e caminhões com reboque e semirreboque articulados) precisam se submeter ao exame toxicológico.
O controle é periódico e detecta o uso de substâncias psicoativas (como drogas ilícitas) nos últimos 90 a 180 dias. Se o resultado for positivo, o motorista é multado e tem sua habilitação suspensa, tendo de se submeter a um processo de reabilitação.
No caso de motoristas de ônibus, o teste toxicológico deve ser realizado a cada dois anos e seis meses.
Mudanças na legislação para exame toxicológico
Desde junho de 2023, a aplicação de multas em decorrência da falta de teste toxicológico foi retomada. Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha suspendido a penalidade até 2025, mas a Lei 14.599/23 retomou a obrigatoriedade.
Conforme a legislação, motoristas das categorias C, D e E flagrados com o exame toxicológico vencido são notificados e autuados – estejam ou não exercendo atividade remunerada.
A Secretaria Nacional de Trânsito costuma informar sobre o vencimento do exame toxicológico com 30 dias de antecedência. Outra forma para não perder o prazo é baixar o aplicativo Carteira Digital de Trânsito, onde consta a informação da validade.
Leia aqui: Exame toxicológico para motoristas: o que é e o que mudou com a nova lei
Como é a jornada de trabalho dos motoristas de ônibus?
A jornada de trabalho dos motoristas de ônibus segue as diretrizes do artigo 235-C da Lei 13.103/2015. Os profissionais desta categoria podem trabalhar, no máximo, oito horas por dia e devem ter, pelo menos, uma hora de intervalo. As empresas podem prorrogar a jornada por mais duas horas extras diárias.
Dentro dos parâmetros da legislação, a gestão de motoristas de ônibus pode ajustar as rotinas, já que algumas viagens são realizadas em períodos noturnos, finais de semana e feriados. Em regime de escala, os horários não são sempre fixos e, por isso, a gestão tem de ser ainda mais atenta.
No caso de empresas de transporte intermunicipal ou interestadual, é preciso fazer a gestão do limite de horas na direção e do tempo de descanso, o que pode ser facilitado com sistemas de gestão de motoristas de ônibus que facilitam o controle de jornadas e escalas.
Motorista urbano
Conduz ônibus ou outros veículos de transporte público (micro-ônibus ou vans) em áreas urbanas e requer interação com passageiros. A rotina envolve o cumprimento de rotas e horários, paradas nos pontos de embarque e desembarque e cobrança de passagens onde não há bilhetagem eletrônica.
Motorista metropolitano
Com função semelhante à do motorista urbano, atua em viagens na região metropolitana. Também tem rotas e horários a cumprir, paradas para embarque e desembarque de passageiros e cobrança de passagens. Está mais sujeito a trafegar em áreas de subúrbio ou periferia, tendo de se adaptar às rotas estendidas.
Motorista intermunicipal e interestadual
Faz o transporte de passageiros entre cidades, estados ou regiões. Além do cumprimento de horários e das regras de trânsito, deve zelar pelo conforto dos passageiros nos trajetos mais longos. Por conduzir em rotas que envolvem diferentes cidades, precisa se adaptar às condições variáveis de tráfego e ter habilidades para encarar rodovias.
Como fazer controle de ponto para motorista de ônibus?
O controle de ponto é essencial para garantir o cumprimento das jornadas de trabalho e facilitar a gestão de horas extras, faltas, atrasos e férias. Essa atividade pode ser feita de forma manual, eletrônica, por aplicativos, sistemas de rastreamento etc.
- Registro manual – motoristas preenchem os registros de ponto em formulários específicos. É pouco preciso e trabalhoso para o RH, que precisa lançar as informações em sistemas de gestão de motoristas de ônibus.
- Controle eletrônico – utiliza tecnologia para registrar entradas e saídas de forma precisa, como cartões magnéticos, crachás com tecnologia RFID, biometria, aplicativos ou outros recursos eletrônicos.
- Sistema de ponto móvel – ajudam a registrar o início e o fim de jornadas nos terminais ou garagens de ônibus.
- Aplicativos – neles, os motoristas registram suas horas usando dispositivos móveis.
- Monitoramento por GPS – o registro é feito a partir do rastreamento da movimentação dos ônibus e oferece dados adicionais sobre as atividades do motorista.
- Tacógrafo – embora faça a gestão do deslocamento dos motoristas, assim como o GPS, não é a melhor ferramenta para controle de ponto.
- Sistemas de gestão – a tecnologia faz o controle de ponto de forma integrada e facilita o registro, o gerenciamento das horas e os cálculos da folha de pagamento.
Como fazer gestão de escala para motoristas de ônibus?
A escala é um componente crítico na gestão de motoristas de ônibus porque precisa conciliar as demandas da operação com as regulamentações trabalhistas, promovendo um ambiente de trabalho adequado.
Um sistema de gestão de escala facilita em muita a atividade, pois permite a criação automatizada de escalas considerando os turnos, horários e folgas. Dessa forma, otimiza a alocação de motoristas.
A clareza sobre os turnos de trabalho e a comunicação eficiente são essenciais na gestão de escala, assim como o uso de ferramentas de roteirização que otimizam percursos e minimizam o tempo das viagens.
Em resumo, a gestão de escala para motoristas deve ser cuidadosa e eficiente para garantir a conformidade legal, a satisfação dos profissionais, a eficiência operacional e a redução de custos.
O que fazer para melhorar o gerenciamento de motoristas?
Para aprimorar o gerenciamento de motoristas, as empresas devem apostar em sistemas integrados que cruzem dados sobre início e fim de jornadas, atrasos ou faltas, escalas, férias etc.
Conscientizar os motoristas sobre a importância de prestar informações confiáveis sobre suas jornadas e mantê-los informados sobre a legislação trabalhista também melhora o gerenciamento. Isso pode ser feito através de ferramentas simples e fáceis de mexer, como aplicativos, por exemplo.
É o caso do app Tá.On, que otimiza a comunicação entre RH e colaboradores da empresa de transporte:
Outra boa estratégia é integrar os sistemas de gestão de motoristas a ferramentas de monitoramento e telemetria. A gestão se completa com programas de incentivo e reconhecimento às boas práticas dos motoristas, entre elas pontualidade, bom desempenho e adesão às normas de segurança.
Seja qual for a sua estratégia, a eficiência operacional no transporte de passageiros está diretamente ligada à gestão de motoristas e ao uso de tecnologia capaz de automatizar o controle de ponto e jornada, reduzir os erros e retrabalhos e garantir a conformidade legal.
Com sistemas especializados para a gestão de transporte de passageiros isso é perfeitamente possível. Os sistemas da Praxio como o Globus, por exemplo, têm módulos que atendem a todas essas demandas. Deseja conhecer na prática?